sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Oliveira do Mouchão: a árvore mais antiga de Portugal


Oliveira do Mouchão: a árvore mais antiga de Portugal

  A oliveira mais velha de Portugal é a Oliveira do Mouchão, localizada nas proximidades de Mouriscas, Abrantes, com cerca de 3.350 anos. A sua idade foi certificada pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) utilizando um método científico para estimar a idade da árvore. Apesar da sua idade avançada, a árvore continua a produzir azeitonas e é um símbolo cultural da região. 





Nome: Oliveira do Mouchão

Idade: Aproximadamente 3.350 anos

Localização: Perto da vila de Mouriscas, no concelho de Abrantes

Certificação: A idade foi certificada pela UTAD

Características: Tem mais de três metros de altura e um perímetro de tronco de cerca de 6,5 metros.
Status: Classificada como Arvoredo de Interesse Público e Árvore Monumental de Portugal.


Fotografias Zito Colaço

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

"Se esta rua fosse minha"...

 
Se esta rua fosse minha

Eu mandava a ladrilhar

Com pedrinhas de brilhantes

Para o meu amor passar

Nesta rua tem um bosque

Que se chama solidão

Dentro dele mora um anjo

Que roubou meu coração

Se eu roubei teu coração

É porque te quero bem

Se eu roubei teu coração

É porque

Tu roubaste o meu também





A versão original de "Se essa rua fosse minha" não tem um autor conhecido, sendo uma cantiga popular de origem incerta, possivelmente do século XIX em Portugal, que se espalhou pelo Brasil. 
No entanto, a melodia foi popularizada e adaptada por compositores como Heitor Villa-Lobos, que a usou em "Cirandinhas" em 1926. 

Posteriormente, Mário Lago e Roberto Martins criaram uma versão em samba-canção nos anos 30.



Instalações e Fotografias de Zito Colaço

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Zito Colaço, na Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, com as Árvores do Amor - 20 anos


ÁRVORES DO AMOR

Grandes, pequenas, formosas, circunspectas, imponentes ou frágeis. Dão, sem pedir nada. E são, simplesmente. Respiram, respiram-nos e fazem respirar. Amam, amam-nos e fazem-nos amar. Conta-se que um jovem cavaleiro cansado de travar batalhas infindáveis e de desfecho previsível refugiava-se na floresta. As árvores ouviam-no pacientemente e um dia decidiram falar-lhe. Amai-vos uns aos Outros Como Nós Vos Amamos. Tomado de assalto pela revelação, o cavaleiro decidiu ali mesmo abandonar a carreira militar e dedicar-se a uma vida nova de aprendizagem com aquelas árvores sagradas. Estamos certos de que todos teremos muito a aprender com o mistério das Árvores do Amor. A nossa mensagem também é simples. Amar-vores uns aos Outros Como Elas vos Amam. Parece fácil. E é.











 Zito Colaço, na Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos da 
Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, com as Árvores do Amor.
20 anos

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Monte Branco do Vascão

Monte Branco do Vascão

O rio Vascão ou ribeira do Vascão é um rio português afluente da margem direita do Guadiana que, em grande parte do seu curso, faz fronteira entre as províncias do Alentejo e do Algarve.

É o rio português mais longo entre os que não têm barragens ou outras interrupções artificiais. O rio e a zona envolvente estão classificados como sítio Ramsar.

A toponímia do nome é mencionada como refereindo-se ao português antigo Vascão, "habitante do país basco". Já segundo Adalberto Alves, no seu controverso Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa, a origem do topónimo Vascão é a palavra árabe baṣqa, «zona pedregosa». Segundo outros estudiosos, a palavra árabe "basqa" significaria "zona de pedras negras".


Pêgo da Cascalheira

Uma das áreas de maior interesse ao longo do Rio Vascão é o Pêgo da Cascalheira, situado na freguesia de Santa Cruz, onde se situam os vestígios de vários moinhos de água e açudes. Destaca-se pela sua riqueza natural, sendo o habitat de várias espécies raras, motivo pelo qual está integrada na Zona de Protecção Especial do Vale do Guadiana.


Património histórico

Entre o património histórico associado ao curso de água destaca-se o Moinho de Água do Vascão, situado na freguesia do Espírito Santo, em Mértola, e que incluía um açude, uma azenha, uma pequena habitação em pedra e um forno.

É atravessado pela Estrada Nacional 122 numa ponte metálica, inaugurada em 1946.


 Fotografias Zito Colaço

sábado, 20 de setembro de 2025

Fonte da Moura, Castro Verde.

Lenda da Fonte da Moura

Conta a lenda que, em tempos, um grupo de cavaleiros liderado por D. Afonso Henriques, viajava já há muitos dias pelos campos. Cheios de sede, os cavaleiros procuravam água. No caminho, encontraram uma jovem moura fugitiva e perguntaram-lhe se sabia onde encontrar alguma fonte nas redondezas.

Ela respondeu-lhes que a fonte ficava muito longe daquele lugar. Em tom de desafio, acrescentou que se o Deus dos cristãos era assim tão poderoso, então que fizesse nascer ali mesmo uma fonte. Talvez assim ela até se convertesse ao cristianismo.

D. Afonso Henriques desceu do cavalo e retirou-se para rezar. De repente, ouviu-se um barulho e um jato de água límpida e fresca formou um pequeno regato. Os cavaleiros ajoelharam-se perante o milagre e a jovem moura prometeu dedicar a sua vida ao Deus cristão.

A fonte ficou para sempre conhecida como a Fonte da Moura.







Ribeira de Cobres

Afluente da margem direita do rio Guadiana.

Nasce a sul de Almodôvar e tem uma extensão de 75 quilómetros.
Na ribeira de Cobres existe a barragem de Apariça, a maior da região de Castro Verde.

A confluência com o Guadiana dá-se a montante do Pulo do Lobo, uma queda de água, num desnível de 15 metros, provocada pelo estreitamento súbito das duas margens do rio Guadiana.








 Fotografias Zito Colaço

domingo, 14 de setembro de 2025

"Oliveira de Cobres".

O rio passa ao lado de uma árvore, cumprimenta-a, alimenta-a, dá-lhe água...
e vai em frente, dançando. 

 Ele não se prende à árvore.


A árvore deixa cair suas flores sobre o rio em profunda gratidão,
e o rio segue em frente.


O vento chega, dança ao redor da árvore e segue em frente.
E a árvore empresta o seu perfume ao vento... 


E a árvore empresta o seu perfume ao vento...


 
Se a humanidade crescesse,
amadurecesse, essa seria a maneira de amar.

Fotografias Zito Colaço

domingo, 7 de setembro de 2025

Criança interior.


 A criança interior representa o nosso lado mais intuitivo, criativo e espontâneo, que carrega as emoções, experiências e padrões da infância, tanto positivos quanto negativos. Ao longo da vida adulta, ela influencia a forma como percebemos o mundo e nos relacionamos, e pode manifestar-se através de necessidades não atendidas, traumas emocionais ou dificuldades em expressar sentimentos. Cuidar da criança interior envolve reconhecer e validar essas vivências, prestando atenção às feridas e necessidades não atendidas para promover a cura e o desenvolvimento de uma vida mais autêntica e com relacionamentos saudáveis. 

Como a Criança Interior se Manifesta na Vida Adulta

Relações difíceis:

Dificuldade em estabelecer limites, dependência emocional ou padrões de relacionamento disfuncionais. 

Comportamentos impulsivos:

Ações desreguladas ou comportamentos que buscam atenção externa de forma excessiva. 

Identidade difusa:

Sensação de não se conhecer profundamente, não saber o que se precisa ou quais são os próprios desejos e sentimentos. 

Perfeccionismo e autossabotagem:

Tendência ao perfeccionismo, dificuldades em lidar com erros e uma constante busca por validação. 

Emoções reprimidas:

Reações exageradas a críticas ou rejeições mínimas, que podem ter origem em traumas da infância. 

Como Cuidar e Curar a sua Criança Interior

1. Acolhimento:

Reconhecer e validar as emoções e experiências da infância, oferecendo suporte à sua criança ferida, em vez de tentar suprimi-la. 

2. Diálogo interno:

Estabelecer um diálogo sincero consigo mesmo para identificar e questionar os padrões de comportamento e crenças disfuncionais. 

3. Espontaneidade:

Permitir-se viver com mais espontaneidade, brincar, rir e se divertir, reavivando a alegria e a curiosidade da infância. 

4. Representação simbólica:

Utilizar um objeto simbólico, como um brinquedo ou foto, para representar a sua criança interior e manter essa conexão no dia a dia. 

5. Autocuidado:

Proporcionar a si mesmo o que lhe dá prazer e alegria, como uma massagem ou uma nova experiência, para nutrir essa parte de si. 

6. Busca por apoio profissional:

Procurar um terapeuta para criar um ambiente seguro, processar traumas e ajudar na regeneração da sua criança interior. 

À sombra de uma azinheira...


Da família Fagaceae, a azinheira é um carvalho de folha persistente que pode alcançar 12 m de altura, com uma copa ampla, densa e arredondada que pode atingir 25 m de diâmetro.

As folhas são alternas, simples, elípticas, espessas, coriáceas, com margem lisa ou espinhosa, cobertas por um feltro acinzentado na página inferior.

A floração ocorre entre março e abril. As flores masculinas são amarelas e formam amentilhos; as flores femininas verde-acinzentadas e peludas dão lugar a pequenas bolotas no verão.

O fruto, bolota, tem uma cúpula em forma de dedal coberta por pequenas escamas quase planas.


É a árvore mais comum no Sul de Portugal. Originária do sul da Europa, é uma árvore espontânea em quase toda a Bacia do Mediterrâneo. Localiza-se em bosques e matagais perenifólios, de clima mediterrânico, frequentemente como dominante (azinhais). Suporta sítios secos e todo o tipo de solo, sendo mais predominante no interior do país.


A azinheira é uma das árvores usadas em montado. O montado é um sistema agro-silvo-pastoril muito comum no Alentejo, sendo um ecossistema de origem humana que reúne pastorícia, agricultura e floresta.


Esta árvore tem estatuto de proteção pelo Decreto-Lei nº.169/201 de 25 de Maio.



De todas as espécies de Quercus, a azinheira é o carvalho que produz as bolotas mais doces, sendo por isso ancestralmente utilizadas em farinha para misturar com o trigo e outros cereais para o fabrico de pão. As bolotas torradas e moídas são também usadas como sucedâneo do café. Talvez por serem tradicionalmente utilizadas na alimentação dos porcos montanheira, o uso da bolota na alimentação humana foi decaindo ao longo dos últimos séculos, estando atualmente a ser lentamente retomado, nomeadamente como alternativa nutricional para pessoas com intolerância ao glúten. Segundo a Associação Portuguesa de Nutrição, a bolota possui elevado valor nutricional, é rica em fibra e proteína e possui um perfil de lípidos semelhante ao azeite. Apresenta importantes compostos antioxidantes podendo ser uma “alternativa” nutricional para pessoas intolerantes ao glúten.




Espiritualmente, a azinheira pode ser associada a símbolos de resiliência, força, proteção e vida eterna, devido à sua natureza sempre-verde e às suas raízes profundas e fortes. Na tradição de Fátima, uma azinheira específica tem um significado histórico e religioso profundo, sendo um local de peregrinação e um testemunho das aparições marianas. 


  • Conexão com a Natureza:
    A azinheira pode ser vista como um canal para a energia da Terra, um ponto de conexão com a espiritualidade da natureza e com os espíritos das árvores e bosques. 


  • Caminhos de Peregrinação:
    A sua presença em locais sagrados, como em Fátima, a torna um marco espiritual, um ponto de referência na jornada de fé e uma inspiração para a fé. 


Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira

Grândola a tua vontade.

Zeca Afonso

Fotografias Zito Colaço